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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Anjo sombrio

Capítulo 2



Pedro se sentia como um louco cercado por seus maiores medos que no seu caso eram as mulheres. Apesar de brasileiro Pedro não fazia o tipo pegador. Ele fazia mais o tipo cai fora antes que eu te arrebente. Sempre viveu em lugares perigosos e com isso aprendeu a sobreviver ora na base da conversa, ora na base da pancada. O último lugar que morou antes de entrar para o exército, até que era calmo. Porém, era uma favela no Rio e comandada por um chefão do tráfico até que gentil com os moradores.

Pedro trabalhou para ele por um tempo até ele e mais alguns de seus companheiros serem pegos pela polícia. A salvação de Pedro foi o serviço militar. Pedro encontrou quem ele era realmente no exército. Sempre era o primeiro, tanto nos exames escritos quanto nos exames físicos e nos exercícios, nem se fala. Era um soldado nato, mas como o Brasil não é país de ficar entrando em guerras por aí, Pedro foi dispensado com a mensagem de que se um dia precisassem de suas habilidades, ele seria chamado.

Agora, ele estava ali deitado no seu novo quarto em uma mansão sabe se lá onde olhando para o teto e pensando em como iria conseguir sobreviver à nova vida. Mas volta e meia, seus pensamentos logo mudavam para o passeio que ele tinha acabado de fazer pela mansão ao lado da bela Sara. “Ela é muito bonita ”-pensava consigo mesmo-“ eu deveria tomar coragem e a chamar para um encontro”.

Alguém bateu na porta do quarto e Pedro num reflexo involuntário disse:

- Entre.

Era Sara. Pedro virou o rosto e o mesmo corou. Sara estava parada na porta em uma postura tímida. Pedro achou aquilo ainda mais encantador e não conseguia falar nada.

- O jantar já vai ser servido aos funcionários – disse ela um pouco nervosa.

- Não é um pouco cedo – respondeu Pedro mais nervoso ainda.

- Os funcionários sempre fazem as refeições primeiro, para que se o chefe precisar de nós, já estaremos prontos.

Pedro entendia perfeitamente, já que no exército era do mesmo modo.

- Eu já vou. Só vou tomar um banho antes.

Sara ao escutar “banho” seu rosto corou e ela saiu andando rápido. Pedro escutou ela tropeçar no corredor e depois se levantar. “Afinal o que há com ela” - pensava Pedro.

Ele entrou no banheiro e tirou as roupas e colocou-as em um cesto. Ao lado do cesto havia um espelho grande e Pedro viu o seu corpo refletido nele. 1,90m e 90 quilos. O físico do Super-Homem. Os cabelos negros cortados em estilo militar, velho costume pego do exército. A pele branca, bronzeada pelas caminhadas nas praias do Rio e de Los Angeles. Os olhos acinzentados eram o principal atrativo em seu rosto, apesar de ele não saber. Pedro emanava charme, só que não sabia usá-lo. Afinal, ele fora treinado para ser um soldado com sede de sangue, e não um espião que tem que usar todos os recursos ao seu dispor.

Ligou o chuveiro e entrou debaixo, a água fria desceu como uma avalanche de gelo na pele dele, mas ele não sentia o frio. Passou a mão ensaboada pela cabeça e abriu os olhos um instante e viu um pequeno bilhete saindo do bolso da sua calça. Acabado o banho ele se enxugou com a toalha e pegou o bilhete e leu algo um tanto estranho. Cuidado com o Camaleão. Afinal, quem ou o que era Camaleão? E porque ele teria que ter cuidado? Será que era esse o motivo de ele estar ali?

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